A complexidade do ranqueamento de conteúdo gerado por Inteligência Artificial no Google

Em tempos de avanços exponenciais da inteligência artificial, nos deparamos com questionamentos que pareciam distantes da realidade de muitos profissionais de SEO e marketing digital. Afinal, o conteúdo gerado por IA pode ranquear no Google?

Em abril de 2022, John Mueller, um dos principais porta-vozes do Google, classificou o conteúdo autogerado como uma forma de spam, comparando-o a técnicas desatualizadas e antiquadas de manipulação de conteúdo. Tal declaração trouxe desconforto a muitos, especialmente em um cenário onde empresas como a Bankrate estão obtendo sucesso ao utilizar conteúdo produzido por ferramentas automáticas.

Já Danny Sullivan, do Google, trouxe uma abordagem mais ponderada sobre o tema. Ele destacou que o conteúdo criado exclusivamente para ranqueamento é contra as diretrizes da empresa. Mas se ele for útil e direcionado ao público, a origem (seja ela humana ou artificial) torna-se secundária.

Dentro desta discussão, é importante mencionar que, por mais avançadas que sejam as ferramentas de IA, elas ainda dependem do contexto criado por humanos como base. E de acordo com um relatório da Europol de 2022, espera-se que, até 2026, 90% do conteúdo da internet seja sintético.


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Qualidade versus origem do conteúdo gerado por IA

Aqui, mergulhamos em uma dicotomia: o que define a autenticidade e originalidade do conteúdo? A IA não está apenas replicando, mas combinando, adaptando e criando com base em extensos conjuntos de dados fornecidos por humanos. Isso nos leva a refletir: até que ponto o conteúdo é realmente artificial?

Em uma publicação recente em seu blog, a gigante da tecnologia reforçou sua posição. O Google se preocupa mais com a qualidade do conteúdo do que com sua origem. Ele busca recompensar conteúdo original e de alta qualidade que exiba as características de E-E-A-T: experiência, autoridade e confiabilidade.

Se voltarmos no tempo, aproximadamente uma década atrás, as preocupações se centravam no conteúdo produzido em massa por humanos.

O foco do Google, entretanto, sempre esteve na qualidade, independentemente da origem. A geração de conteúdo por automação, incluindo a IA, é condenada pela empresa apenas quando o objetivo principal é manipular o ranqueamento nos resultados de pesquisa. Ao mesmo tempo, a automação tem sido usada há anos para criar conteúdo útil, como placares esportivos e previsões do tempo.

De fato, a inteligência artificial, com sua capacidade de gerar novos níveis de expressão e criatividade, é vista como uma ferramenta valiosa para a geração de conteúdo de alta qualidade.


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A inteligência artificial vai contra as diretrizes da Pesquisa Google?

Como vimos, para aqueles que consideram a utilização de IA na geração de conteúdo, o Google aconselha a focar na originalidade, qualidade e na priorização das pessoas, exibindo as qualidades de E-E-A-T. Então, independentemente de como o conteúdo é produzido, deve-se sempre questionar a quem ele serve, como ele é apresentado e por que ele foi criado.

Uma questão que frequentemente surge é se a inteligência artificial vai contra as diretrizes da Pesquisa Google. A resposta é clara: o uso apropriado da IA não as fere. No entanto, o uso abusivo da tecnologia com o objetivo de manipular as classificações de pesquisa é condenado.

Em conclusão, enquanto a IA avança e se torna cada vez mais prevalente em todas as áreas da nossa vida, incluindo a produção de conteúdo, os profissionais de marketing e SEO devem lembrar que a qualidade, relevância e utilidade do conteúdo sempre serão a chave para o ranqueamento no Google, independentemente de como esse conteúdo é produzido.

E, para os consumidores, talvez seja menos relevante se o conteúdo foi escrito por um humano ou por uma máquina, desde que atenda às suas necessidades de informação de maneira eficaz e confiável.

Rodrigo Neves
Presidente Nacional da AnaMid
CEO da VitaminaWeb

Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não necessariamente corresponde à opinião da AnaMid.

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