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Da inovação à revolução: como as mídias sociais transformaram radicalmente a forma como as pessoas acessam e disseminam informações
As mídias sociais transformaram a forma como as pessoas criam, compartilham e obtêm informações. O livro “The Hype Machine”, de Sinan Aral, explora como as mídias fornecem acesso a conexões e as moldam usando algoritmos de sugestão de amigos. Essas plataformas utilizam as conexões de uma pessoa para estruturar as informações que ela vê, influenciando suas interações e experiências online. Com base em décadas de pesquisa própria e experiência empresarial, Aral investiga os bastidores das redes sociais mais poderosas para abordar a questão crítica de até que ponto as mídias sociais realmente moldam nossas escolhas, para melhor ou para pior. Ele mostra como a tecnologia por trás das mídias sociais oferece o mesmo conjunto de alavancas de influência comportamental para todos que esperam mudar a maneira como pensamos e agimos.
Ao longo de milhares de anos, nossos cérebros evoluíram para processar sinais sociais, e as mídias nos colocam em contato com curtidas, comentários, compartilhamentos e opiniões de familiares, amigos e pessoas ao redor do mundo. Estamos expostos a fluxos de conteúdo de pessoas que conhecemos bem e de indivíduos que mal conhecemos. Em uma entrevista com Mike Allen, Sean Parker afirmou em 2017 que o Facebook foi projetado para oferecer pequenas doses de satisfação aos usuários. Curtidas e comentários atuam como uma recompensa rápida, estimulando cada vez mais a publicação de postagens. Isso cria uma necessidade de obter doses regulares de dopamina quando alguém curte ou comenta nossas postagens. O Facebook utiliza botões de reações para incentivar a contribuição de mais conteúdo, resultando em mais curtidas e comentários.
Quando combinamos o impacto das redes sociais em nosso cérebro com seu impacto na economia e na privacidade, torna-se difícil imaginar um mundo sem a “máquina Hype”. Ao depositarmos todos os nossos dados nas redes sociais, como fotos, comentários e conteúdos, fica cada vez mais difícil removê-los. Se pensarmos no Instagram, por exemplo, muitos de nós utilizamos esse aplicativo como um álbum de fotos para documentar nossa história e a de nossos filhos em uma rede (aparentemente) privada. Isso nos leva a pensar nos benefícios desse tipo de álbum, como organização, recursos audiovisuais, possibilidade de compartilhamento, qualidade das imagens e a economia de espaço em relação a álbuns físicos.
No entanto, ao refletir sobre o exemplo pessoal do álbum de fotos que pretendo deixar para as futuras gerações, percebo que ele não escapa da influência da “máquina Hype”. Essa máquina opera por meio da interação dinâmica entre os algoritmos de inteligência artificial e o meu comportamento, moldando a estrutura da minha realidade: o que leio, quem são as pessoas que considero amigas e até mesmo minhas decisões de consumo nas redes sociais. Essas informações exercem influência sobre minhas escolhas, desde os lugares que desejo visitar até os restaurantes que escolho frequentar, e muitas vezes em minhas preferências políticas, minha fidelidade a marcas e até mesmo em minhas escolhas afetivas, determinando com quem eu devo namorar.
Em suma, as mídias sociais revolucionaram a forma como interagimos e nos informamos, mas também nos expõem a um ambiente altamente influenciado pela “Máquina Hype”. É importante estar consciente desse impacto e tomar decisões informadas sobre como utilizamos e nos envolvemos com essas plataformas em nosso dia a dia.
Mas voltando ao real objetivo deste artigo: embora os algoritmos das redes sociais possam ser benéficos para um usuário que consome conteúdo (pois eles entregam o que é mais relevante para o usuário), eles podem representar desafios para criadores de conteúdo ou marcas e empresas que tentam engajar o maior número possível de usuários.
Para ter sucesso hoje em gestão de redes sociais, é preciso entender o objetivo de um algoritmo para maximizar o engajamento dele e maximizar o alcance de seu conteúdo nas redes sociais por meio de conexões autênticas e verdadeiras.
No curso de Estratégia de Mídias Sociais do MIT Sloan School of Management, tenho estudado o Hype Loop, ou seja, o ciclo de dinâmica entre a inteligência artificial e a agência humana e as técnicas que são usadas para influenciar o comportamento humano através da Hype Machine. Isso inclui persuasão em massa personalizada e hipersocialização, respectivamente. Pessoas, empresas e governos usam essas táticas na tentativa de influenciar como você vota, o que você compra, com quem você namora, e assim por diante. No entanto, é importante observar que as mídias sociais são apenas uma influência; elas não podem fazer você agir de uma maneira específica. No final, você precisa decidir como responder a essa influência.
Quanto melhor um algoritmo for em fornecer recomendações de alto valor e menos importante for a decisão relacionada a essas recomendações, mais confiança você pode ter no algoritmo. Isso permite que você dedique capacidade mental a decisões importantes e que a máquina faça o que é mais adequado para ela.
Compreendendo os principais critérios dos algoritmos das redes sociais, você consegue saber como eles funcionam em cada canal e, assim, otimizar sua presença digital. Acompanhe nossas redes sociais e saiba mais sobre o Hype Loop e a máquina Hype.
Referência: MIT Sloan School of Management. (2023, 10 de maio). Social Media Strategy: Creating Engagement, Insight, and Action. MÓDULO 1 – A Máquina do Hype: Mídias Sociais e o Cérebro
Henriane Morelli
Diretora Nacional de Sustentabilidade e Empreendedorismo Feminino da AnaMid
Fundadora da HRI Digital
Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não necessariamente corresponde à opinião da AnaMid.