Alta de demissões nas Bigtechs e Startups

Nos últimos tempos temos visto uma crescente no volume de demissões que tem ocorrido no cenário mundial de tecnologia, sejam nas bigtechs, sejam nas startups.

Uma das estratégias muito utilizadas nas startups é a expansão agressiva que é sucedida das rodadas de investimento. Esta busca incansável pelo crescimento tem como um dos principais pontos a contratação de mão de obra para atingir os objetivos.

Com a escassez da mão de obra em tecnologia em âmbito não apenas nacional, mas também mundial, uma guerra por contratações ocorreu o que fez com que as remunerações de profissionais de tecnologia atingissem patamares elevados.

Já não é de hoje que eu “canto a bola” que em algum momento a conta vai chegar e que estava ficando insustentável este nível de remuneração pois além de não conseguirmos repassar em sua integralidade para o cliente final também não conseguimos competir com os grandes players e o mercado internacional.

O que vemos também acontecendo no cenário mundial é que as empresas estão saindo de um crescimento avassalador que foi estimulado pela pandemia. O consumidor não está mais preso em casa e é natural que as coisas comecem novamente a entrar em um equilíbrio.

João Kepler, fundador do Bossanova recentemente comentou que nos últimos meses estamos vivendo o que ele chama de “inverno das startups”: com a escassez de capital gerado pela alta global dos juros os investidores estão deixando de fazer os aportes necessários e os fundadores de startups não tem mais o mesmo orçamento para continuar crescendo.

Agora, depois da onda de demissões nas startups, as bigtechs passam pela mesma situação, só que em proporção muito maior.

O motivo pelo qual elas têm acontecido neste período também possui uma explicação. Muitas empresas têm seus anos fiscais sendo encerrados no final de 2022 ou no início de 2023 como a Amazon, Meta e o Google.

Quando ainda é avistado que haverá crescimento mesmo que pequeno as empresas diminuem os volumes de contratação ao invés de fazer demissões. Mas agora o cenário é outro. Além da mudança de comportamento (consumidores regressando ao mundo offline), temos a alta dos juros e empresas correndo para fechar seus resultados anuais positivos.

Fora isto corremos o risco de uma recessão e temos que levar em conta que existe questões particulares de cada empresa:

  • A Meta foi atingida fortemente pelas mudanças na política de privacidade da Apple;
  • A Apple e a Amazon destacam que a redução da força de trabalho é um sinal que os consumidores estão comprando menos, resultado da desaceleração da economia global;
  • Já o Twitter está diretamente ligado à aquisição da empresa por Elon Musk que está efetuando diversas mudanças internas o que resulta também em cortes;

Abaixo podemos ter uma ideia do volume de demissões (ou previsões) segundo projeções do The Washington Post e da CNBC de algumas empresas de tecnologia:

  • Intel: 24 mil funcionários
  • Meta: 11 mil funcionários
  • Amazon: 10 mil funcionários
  • Twitter: 3.700 funcionários
  • Snap: 1.300 funcionários
  • Microsoft: + de 1000 funcionários
  • Shopify: + de 1000 funcionários

Rodrigo Neves
Presidente da AnaMid
CEO da VitaminaWeb

Fontes de referência:

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