Competitividade no ecossistema digital:

Competitividade no ecossistema digital: Como agências e consultorias podem liderar o futuro?

O desafio da relevância em tempos de aceleração e saturação

Como agências e consultorias podem se destacar em um ecossistema onde a entrega virou commodity e a inovação, um pré-requisito? O Painel 3 do AnaMid Trends 2025, realizado na ESPM TECH, abordou essa pergunta central, reunindo diferentes perspectivas sobre como liderar — e não apenas reagir — diante das transformações digitais.

O desafio de liderar, mesmo em meio à turbulência

Jonas Furtado abriu o painel lembrando que o mercado vive há anos em ciclos de previsões extremas: “as agências tradicionais vão acabar”, “as consultorias vão dominar”, “as plataformas vão engolir todas”. No entanto, o que se vê é um processo contínuo de acomodação e reinvenção, onde múltiplos modelos coexistem.

A provocação inicial: como, afinal, agências e consultorias podem liderar, e não apenas reagir ao futuro?

A importância da voz estratégica em meio à multidão

Rodrigo Neves, presidente da AnaMid, destacou que, mais do que entregar projetos, agências precisam ocupar um papel de liderança estratégica, especialmente em um momento em que a tecnologia é acessível a todos. Para ele, a maturidade digital deixou de ser uma vantagem e passou a ser um critério mínimo de competitividade.

“O cliente quer um parceiro que pense junto, que tenha coragem de dizer o que ele ainda não ouviu. Quem não assumir esse papel vai virar commodity — e ser comparado só por preço ou volume de entrega.”

Rodrigo ressaltou que a AnaMid vem defendendo um modelo de atuação onde agências e consultorias são agentes de transformação, capazes de conectar tecnologia, cultura e valor percebido.

“Agência madura não é só a que domina ferramentas, mas a que consegue influenciar decisões e sustentar posicionamento mesmo em momentos difíceis.”

Inteligência de mercado como vantagem competitiva real

Daniel R. Bastreghi, analista sênior da TGT ISG e especialista em martech, apresentou uma visão baseada em dados. Ele compartilhou os bastidores do ISG Provider Lens — pesquisa que avalia o posicionamento competitivo de fornecedores no Brasil e no mundo — e explicou que, hoje, o diferencial está em integrar estratégia, execução e insights contínuos.

“Quem entrega mídia ou conteúdo apenas no escopo contratual está fora do jogo. O cliente quer decisões embasadas, benchmarks, recomendações com lastro. Quer inteligência, não só execução.”

Ele alertou que muitas empresas ainda se dizem “data-driven”, mas operam de forma analógica e não conseguem cruzar dados com tomada de decisão.

Marcas que entendem de gente, não só de código

Vivian Peres, da Interteia Comunicação, trouxe o olhar de quem viveu os dois lados: o de cliente e o de agência. Ela fundou sua empresa depois de ter dificuldades como gerente de marketing para contratar agências que realmente entendessem as necessidades do negócio.

“O mercado precisa de agências que tenham empatia real com o cliente. Que saibam traduzir estratégia em operação — e operação em resultado.”

Ela também falou sobre a importância de lideranças femininas e a busca por representatividade dentro das estruturas das agências, pontuando que diversidade não pode ser apenas estética — tem que estar na entrega.

Reinvenção e autoridade em tempos de transformação

Fernando Souza, consultor e autor do livro Metaverso e Web3, trouxe um olhar provocador sobre a evolução dos modelos de agência. Com mais de 25 anos no setor, ele contou como migrou da agência para a consultoria ao perceber que os clientes não sabiam mais contratar — e que o mercado precisava de mediação entre marcas, plataformas e ferramentas.

“A única coisa que não muda é o fato de que tudo muda. O que diferencia uma agência ou consultoria hoje é a capacidade de antecipar, propor e influenciar decisões — e não apenas executar briefing.”

Ele destacou que autoridade se constrói com consistência e posicionamento, e que muitas agências ainda não entenderam o poder de serem referência em seus nichos.

Conclusão: não basta entregar — é preciso liderar

O painel reforçou uma mensagem-chave: não há mais espaço para agências ou consultorias que apenas “entregam bem”. O diferencial está em assumir a liderança, propor, orientar, gerar insights e criar valor.

Como provocou Jonas Furtado no encerramento:

“Se você não está ajudando o cliente a entender o futuro, alguém está. E provavelmente não é só mais barato — é mais relevante.”

Principais mensagens finais:

• Maturidade digital é pré-requisito — o diferencial está na capacidade de influenciar decisões.
• Agências e consultorias precisam assumir o papel de liderança estratégica, não apenas de execução.
• Inteligência de mercado é a nova moeda de valor para gerar recomendações com lastro.
• Representatividade e empatia são pilares para entregar valor com autenticidade.
• Posicionamento de autoridade se constrói com consistência, foco e relevância.

Assista ao painel completo no YouTube:


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