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Brasil e o desafio dos dados vazados: Entendendo o impacto dos 7 bilhões de Cookies Expostos

Uma recente pesquisa conduzida pela NordStellar, braço de segurança da NordVPN, revelou um dado alarmante para a segurança da internet no Brasil: o país lidera o ranking mundial em número de cookies vazados, totalizando aproximadamente 7 bilhões de registros. Esta revelação coloca o Brasil no centro de uma crescente preocupação global com a segurança digital e a privacidade dos dados dos usuários.
Os cookies, pequenos arquivos de texto armazenados nos dispositivos dos usuários, contêm informações de navegação, preferências e credenciais, os tornando um alvo valioso para cibercriminosos. Embora muitos desses dados possam parecer inofensivos, sua exposição representa um risco significativo tanto para a privacidade individual quanto para a segurança de dados corporativos. Este cenário reforça a necessidade de uma revisão crítica sobre como aceitamos e gerimos cookies ao navegar na web.
Este alerta ressalta a importância de criar novas estratégias de proteção e conscientização para usuários e empresas brasileiras, visando minimizar exposições indesejadas e combater práticas maliciosas no ambiente digital. A inteligência do usuário e a tecnologia devem caminhar juntas para enfrentar essa ameaça crescente e proteger dados valiosos.
Tipos de Cookies: Compreendendo os Riscos
A pesquisa da NordStellar destaca a diversidade de cookies que circulam na internet, cada qual com funções e níveis de risco variados. Entre os principais tipos identificados estão os cookies próprios (first-party), de terceiros (third-party), supercookies e cookies zumbis. Os supercookies, por exemplo, são amplamente conhecidos por se esconderem em locais de armazenamento menos acessíveis, como a pasta de armazenamento do Flash ou o local do HTML5, tornando-se difíceis de serem removidos.
Enquanto isso, os chamados cookies zumbis têm uma característica ainda mais preocupante: são recriados automaticamente após a exclusão, persistindo em dispositivos e permitindo que informações sensíveis continuem a ser acessadas por elementos maliciosos na web. A compreensão e gestão eficaz desses tipos de cookies são essenciais para aumentar a segurança digital.
A Ameaça das Ferramentas de Coleta de Dados
No universo dos ataques cibernéticos, ferramentas especializadas em coleta de dados têm papel central na exploração de cookies vazados. O Redline Stealer encabeça a lista com 42 bilhões de cookies roubados, seguido por outros como Vidar e LummaC2. O CryptBot, embora tenha capturado menos dados comparativamente, apresenta a maior taxa de cookies ainda ativos.
Estas ferramentas representam não apenas uma ameaça à privacidade, mas também à integridade financeira e operacional de entidades cujos dados podem ser manipulados ou alvo de fraudes. A sofisticação crescente dessas ferramentas requer que indivíduos e organizações estejam sempre à frente com práticas de segurança inovadoras e atualizadas.
Consequências das Exposições de Cookies na Dark Web
Com a exposição de cookies na dark web, os riscos ultrapassam barreiras geográficas, permitindo que criminosos acessem contas de e-mail, redes sociais e sistemas de compras online com facilidade assustadora. De fato, os cookies ativos representam uma abertura direta para que invasores ignorem autenticações de dois fatores e controles de segurança comuns.
Entre as palavras-chave identificadas nos cookies vazados estão termos como “ID”, “sessão”, “auth” e “login”, evidenciando a ligação direta desses dados com credenciais de acesso sensíveis. Serviços amplamente utilizados como Google, YouTube e Microsoft se destacam como principais fontes, configurando-se como alvos prioritários para cibercriminosos.
Distribuição Geográfica dos Vazamentos
Os dados vazados não se restringem a um único território, demonstrando uma distribuição geográfica que atinge múltiplos países. O Brasil, como líder, é seguido pela Índia, Indonésia e Estados Unidos. Na Europa, a Espanha e o Reino Unido também apresentam grande quantidade de cookies ativos, destacando a natureza global desse desafio de segurança.
Para minimizar os riscos associados a este fenômeno, o estudo recomenda práticas de segurança como a rejeição de cookies não essenciais, evitar o uso de redes Wi-Fi públicas e adotar ferramentas robustas de proteção contra ameaças digitais. Essas medidas, embora simples, podem ser efetivas para resguardar informações pessoais e corporativas de formas de exploração indesejadas.
Recomendações de Segurança para o Futuro
A partir desse cenário preocupante, garantir a segurança de dados é fundamental para o usuário moderno da internet. A adoção de boas práticas, como a limpeza regular de cookies e a conscientização contínua sobre os perigos do roubo de dados, destacam-se como passos iniciais na trajetória para uma experiência online mais segura.
Além disso, é imprescindível que as empresas inovem em suas abordagens de segurança digital, integrando soluções de tecnologia avançada e investindo na educação de seus colaboradores e clientes sobre a importância de práticas seguras na navegação online. A evolução das ameaças exige uma postura proativa e dinâmica na proteção de dados.
Transformação Digital e Proteção de Dados
A realidade da transformação digital impõe desafios contínuos para a segurança de dados. No entanto, ela também oferece oportunidades para que líderes do setor de tecnologia e marketing desenvolvam e implementem soluções que equilibrem inovação com proteção.
Rumo a um futuro onde dados mais seguros se tornem uma prioridade, as empresas podem alavancar tecnologias emergentes para preservar a integridade da informação e fortalecer sua reputação no mercado. Ao priorizar soluções sustentáveis de segurança cibernética, o ecossistema digital pode evoluir de maneira robusta e confiável.
Rodrigo Neves
Presidente Nacional da AnaMid
CEO da VitaminaWeb
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